quarta-feira, maio 04, 2005

UK: as últimas antes do dia

Amanhã ainda são divulgadas sondagens no Reino Unido, dado que não há limitações à sua publicitação no dia das eleições. Contudo, as últimas sondagens de campanha estão feitas. Em vez de me lerem a mim, farão muito melhor em ler isto. Contudo, se ainda tiverem paciência, eis o resumo:

1. Trabalhistas à frente em todas as sondagens mais recentes. Se perdessem em votos, era o pior desempenho das sondagens britânicas desde 1992. E se perdessem em deputados, seria o maior cataclismo na história das sondagens desde que elas existem no mundo civilizado. Don't hold your breath;

2. Maior margem de vitória: 13% (Populus, 2 de Maio, telefónica);

3. Menor margem de vitória: 4% (Harris e Yougov, ambas internet polls);

4. Margem de vitória média: 8%;

5. Margem de vitória por tipo de sondagem e ordem decrescente: telefónicas; face-a-face; internet. Vamos ter um teste metodológico muito interessante, especialmente no contraste internet polls e o resto. Se as coisas voltarem a correr bem à Yougov, os efeitos no mundo das sondagens não serão negligenciáveis;

6. Quando mais exigente o filtro dos "votantes prováveis", menor a margem de vitória. Por outras palavras: eleitores Trabalhistas menos seguros de que irão às urnas;

7.Lib-Dems: em média, tendência de crescimento desde início de Abril. Mas não à custa dos Trabalhistas, e sim à custa dos Conservadores, pelo menos nas intenções de voto. Curioso e muito contraintuitivo. Claro, isto não quer dizer que haja transferências directas Conservadores-Lib-Dem's, mas sim que o saldo dos diversos tipos de transferências (de partidos para outros e da abstenção para o voto e vice-versa) tem sido favorável a Trabalhistas e Lib-Dem's desde o início de Abril. É quase garantido que vão ter o melhor resultado desde 1987, restando saber se conseguem superar 1983.

Como espremer mais algum interesse de umas eleições altamente entediantes? Difícil. A não ser para dizer que Gordon Brown é, em todas as sondagens neste momento, muitíssimo mais popular e confiado do que Tony Blair. Reforma antecipada?

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