terça-feira, janeiro 17, 2006

Questões sobre a tracking poll da Marktest

No Martinho da Arcada levantam-se duas questões sobre a composição das amostras na tracking poll Marktest, e tenho recebido vários e-mails pedindo-me uma opinião. Fiquei curioso, e fui ver os resultados.

Uma das questões levantadas, de resposta simples, tem a ver com aparentes mudanças na composição etária da amostra. Ora parece-me aqui que pode haver confusão. Lendo as fichas técnicas de dia para dia, disponíveis aqui, verifica-se que a composição das amostras pelos três escalões etários usados se tem mantido estável. Só começa a mudar recentemente devido ao aumento progressivo da dimensão da amostra, mas apenas em termos absolutos, já que as diferenças em termos relativos (distribuição da amostra por estratos etários) são muito reduzidas. Nem podia ser de outra forma, dado ser uma amostragem por quotas e a idade entrar para a construção dessas quotas. Talvez tenha sucedido uma confusão na análise entre a composição das amostras e as das sub-amostras, tal como se assinala nos comentários ao post acima mencionado...

O segundo problema assinalado pelo David Santos é o facto de o PSD aparecer com intenção de voto maioritária nas legislativas em todas as sondagens. Aqui, creio que o autor do post se refere aos totais que aparecem em linha no ficheiro de resultados. Mas aqui deve haver outra confusão: estou a olhar, este momento, para os resultados da sondagem divulgada dia 16, onde o Martinho da Arcada vê 153 votos para o PSD e 150 para o PS. Mas eu vejo, com estes que a terra há-de comer, 179 para o PS e e 165 para o PSD. O que o David Santos está a ver são as intenções de voto nas legislativas daqueles que têm uma intenção de voto nas presidenciais. Pois, mas isso já todos sabíamos: o eleitorado do PS está mais desmobilizado e mais indeciso que os dos restantes partidos, logo está subrepresentado no interior da sub-amostra daqueles que têm uma intenção de voto nas presidenciais.

Estou a ver a coisa bem? Creio que sim. E assinalo, uma vez mais, que esta saudável conversa só existe porque a Marktest põe tudo cá para fora.

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