domingo, maio 29, 2011

Paulo Morais no Blasfémias

Sobre os efeitos das sondagens. Globalmente acho que a literatura lhe dá razão.

3 comentários:

Anónimo disse...

Hum!! Não sei. A minha formação leva-me a duvidar de qualquer análise genérica, descolada do contexto. Acho que nestas eleições as sondagens foram cruciais. Até porque como o programa de governo foi desenhado pelo FMI, a campanha de Passos baseou-se numa sondagem que lhe dava maioria absoluta. O discurso foi o da inevitabilidade da sua vitória. Mas como vimos, logo a seguir, começaram a "aparecer" sondagens que sinalizavam a inversão dessa tendência. Aliás, notícias que leram mal as sondagens como aliás foi <a href="http://margensdeerro.blogspot.com/2011/04/compensa-assinar-o-publico.html>aqui</a> referido. E essa forçada reviravolta nas sondagens colocou Sócrates novamente na disputa eleitoral.
Não sei o que fazem as sondagens de modo geral; mas neste contexto particular, marcaram a forma como a campanha arrancou.

Pinto de Sá disse...

Um comentador do Blasfémias lamenta que o "clube de Matemática" que publicou aquela tirada se tenha dedicado ao jornalismo em vez de à matemática.
Como engenheiro, estou tentado a dar razão a esse comentário.
É que afirmar que há um largo conjunto de efeitos contraditórios nos eleitores influenciados pelas sondagens, parece-me razoável.
Porém, deduzir daí que esses efeitos, por serem contraditórios, se anulam mutuamente, é que já tem muito pouco de matemática!
É que isso contém implícito o juízo de que tais efeitos têm todos o mesmo peso, ou probabilidade, e isso é que carece de demonstração!
Demonstração que, obviamente, não pode ser feita matematicamente mas sim pelo estudo da experiência empírica de situações passadas!

Unknown disse...

Pois, por isso ter escrito "globalmente". Eu estou de acordo que há efeitos contextuais. E também estou de acordo que uma afirmação destas precisa de evidência empírica. O mais abrangente que conheço nesta área é uma meta-análise de Sybille Hardmeier e Herbert Roth de 2001, onde concluem que, reunidos todos os estudos empíricos encontrados, o mais seguro que se pode concluir é por uma ligeira predominância do bandwagon. Mas essa "ligeira predominância" é ligeira precisamente porque diferentes pessoas em diferentes contextos são afectadas de diferentes maneiras pelos mesmos resultados de sondagens. Essa é a mensagem geral que me parece mais interessante.